PF diz que quadrilha que fraudava empréstimos e gerou prejuízo de R$ 100 milhões atuava há 25 anos
PF diz que quadrilha que fraudava empréstimos e gerou prejuízo de R$ 100 milhões atuava há 25 anos A quadrilha que fraudava empréstimos bancários e gerou ...

PF diz que quadrilha que fraudava empréstimos e gerou prejuízo de R$ 100 milhões atuava há 25 anos A quadrilha que fraudava empréstimos bancários e gerou um prejuízo de R$ 100 milhões no sistema financeiro atuava há mais de 25 anos da mesma forma, conforme aponta a investigação da Polícia Federal. Dezesseis pessoas foram presas na 2ª Fase da Operação Oasis 14 nesta quinta-feira (21). A investigação, que contou com apoio da Caixa Econômica Federal e começou há 1 ano, descobriu que mais de 300 empresas foram abertas com o intuito golpista. Áudios mostram o chefe da quadrilha dando ordens para a abertura de mais uma conta fraudulenta: "Nós vamos na Caixa do Alcântara, você sabe qual é, aquela grandona. Espera naquele bar que tem lá em frente, tá bom? Então, combinado. Se por acaso eu não for, um amigo meu vai estar lá e vai te receber. Vou mandar o contato dele. Você sobe com ele", diz o homem. Depois, ele instrui: "Assina lá e faz uma senha. Senha de quatro números. Só isso. É assinar e fazer a senha de quatro números. Coloca 3009, beleza? Aí, o resto é comigo. Tá bom? Para desbloquear o aplicativo eu faço por aqui. Vai entrar um dinheiro lá para terça ou quarta-feira. Aí, vou te dar, vou te fortalecer aí, tá bom, irmão?". A PF aponta que ele cooptava pessoas de baixa renda para se tornarem laranjas no esquema. A atuação conjunta com a Caixa Econômica Federal permitiu o cruzamento de dados e a identificação de cerca de 200 operações de crédito fraudulentas, que totalizaram pelo menos R$ 33 milhões de prejuízo à Caixa. Estima-se um prejuízo total de R$ 110 milhões ao sistema financeiro nacional. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 RJ no WhatsApp Servidores envolvidos A investigação começou em maio de 2024 e descobriu cerca de 330 empresas de fachada. Segundo a PF, 6 servidores da Caixa Econômica Federal e 4 funcionários de bancos privados estão envolvidos na fraude. “O esquema criminoso incluía simulação de movimentações financeiras, uso de imóveis reais como fachada para empresas fictícias, abertura de contas e concessão de empréstimos com auxílio dos bancários”, afirmou a PF. PF cumpre mandado na Operação Oásis 14 Divulgação/PF Empréstimos que não eram pagos De acordo com a PF, o homem apontado como chefe do esquema cooptava pessoas de baixa renda como laranjas. Elas eram transformadas em sócias de empresas fantasmas, mas que eram regulares no papel. Ainda segundo as investigações, o suspeito usava procurações para pegar empréstimos bancários no nome dessas empresas e, para facilitar, cooptava e pagava propina a seis funcionários públicos da Caixa, além de quatro bancários de instituições privadas. Depois de feito, o empréstimo nunca era pago de forma integral - somente durante um ano ou cerca de 30%. Isso ajudava a burlar os sistemas de controle antifraudes dos bancos, segundo a investigação. Depois, o suspeito declarava falência e, como as pessoas não tinham patrimônio e os sócios eram pessoas de baixa renda, os bancos nunca recebiam. Além do crime de organização criminosa, os investigados responderão por estelionato qualificado, crime contra o sistema financeiro nacional, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O que dizem a Febraban e a Caixa Nota da Febraban "A Federação informa que suas instituições associadas realizam treinamento periódicos com seus funcionários para que estejam em conformidade com as legislações vigentes, bem como para que identifiquem e reportem transações suspeitas. Os bancos também atuam em parceria com forças policiais para auxiliar na identificação e punição de criminosos virtuais, como o Projeto Tentáculos." Nota da Caixa Econômica Federal "A CAIXA esclarece que, quando identificados indícios de ilícitos, atua conjuntamente com os órgãos de segurança pública nas investigações e operações que combatem tais ocorrências. As informações relativas a tais casos são consideradas sigilosas e repassadas exclusivamente à Polícia Federal e demais órgãos competentes para análise e investigação. O banco aperfeiçoa, continuamente, os critérios de segurança de acesso aos seus aplicativos e movimentações financeiras, acompanhando as melhores práticas de mercado e as evoluções necessárias ao observar a maneira de operar de fraudadores e golpistas, e monitora ininterruptamente seus produtos, serviços e transações bancárias para identificar e investigar casos suspeitos. A CAIXA disponibiliza informações de segurança no site da CAIXA: www.caixa.gov.br/seguranca." A 1ª fase A 1ª etapa da Operação Oasis 14 foi em maio do ano passado e mirou um grupo criminoso responsável pela abertura de empresas falsas e contas bancárias empresariais para a realização de diversas fraudes. Agentes apreenderam centenas de máquinas de cartão de crédito, 40 documentos de identidade falsos, cartões bancários e 4 veículos. Além disso, um dos investigados foi preso em flagrante por corrupção ativa, após oferecer dinheiro aos policiais federais no momento da abordagem. Máquinas e cartões apreendidos na 1ª fase da Operação Oasis 14 Divulgação/PF